sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CURADO PELA FÉ!

Me enchi de um luto absurdamente ridículo. Não conseguia entender o que me acontecia e tão pouco, queria entender.
Me revesti de raiva e absurdamente irado, senti raiva de Deus.
Me odiei por não conseguir ser forte, não sabia eu, que a minha maior fraqueza era não aceitar as minhas limitações.
Gritei, berrei, bati, quebrei coisas que em nada mudaram o retrato do MEU mal momento.
Finalmente chorei! No meu choro, senti lágrimas de remorso, de abandono. Senti lágrimas que caiam por meu rosto como se estivesse lavando a sujeira invisível do MEU EU interior fraco e desesperado.
Levantei o rosto e vi alguém sorrindo para mim. Nada podia dizer-me, pois também chorava. Não um choro sem esperança como o meu. Um choro com um sorriso nos lábios. Sentou-se ao meu lado e disse-me que tudo passaria. Era um momento difícil sim, mas era preciso ter esperança e muita fé. FÉ! Aquela palavra nem mesmo existia no meu dicionário! Continuando a falar, sem importar-se com os meus lamentos, disse-me que há alguns anos passara pela mesma situação. Queria sumir! Não queria ninguém ao seu lado com aquela carinha de pena. Aos poucos, percebeu que era necessário ter ao seu lado pessoas sinceras, que realmente lhe amavam. A atenção destas pessoas e a sua FÉ, fizeram com que ela hoje, pudesse estar ali, falando para ele dos seus problemas.
Ela levantou-se ainda sorrindo e as lágrimas, já deixando de cair sobre seu rosto. Disse-me novamente que era preciso ter FÉ. Ficou olhando-me e entregou-me uma medalhinha com a imagem de uma santa que dizia ela, ser Santa Rita de Cássia. Pediu que eu orasse e pedisse do meu jeito. Tudo bem! Nem mesmo sabia quem era essa tal de Santa Rita de Cássia!
As dores aumentavam a cada momento que eu passava naquele quarto. Quando achei que era chegado o fim, senti um vento forte: as cortinas pareciam voar, as janelas batiam e as dores aumentavam, mas não conseguia mais gritar. Uma mulher segurou-me pela mão, passou as mãos suavemente por minhas feridas enquanto eu segurava aquela medalhinha com muita força e pedia que me socorresse. Sabia-me pecador, mas percebia naquele momento que a mulher que segurava minhas mãos, que sarava as minhas feridas, era a mesma que naquele quarto de hospital, me olhava com amor como quem dizia que mesmo contra a minha vontade, Ela me sustentaria e ficaria ao meu lado nos maus e nos bons momentos. Compreendi finalmente que aquela mulher, era Santa Rita de Cássia. Compreendi também que foi Ela quem me curou e ensinou-me que a FÉ se fez necessária para a minha sobrevivência.
Agora, aquela medalhinha está guardada numa capelinha que mandei levantar nos fundos da minha casa em homenagem a Santa Rita de Cássia. Agora, estou curado do cancêr que queria me destruir
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